Trás-os-Montes

Ir a Trás-os-Montes é sempre uma aventura. É o cheiro da terra, são as paisagens e, sobretudo, são as pessoas. Desta vez, além das pessoas que estão por lá e que nos recebem sempre tão bem, levamos connosco outras pessoas, algumas que nem conhecíamos, com o pretexto de irmos caminhar. Foram três dias fantásticos onde, como em todas as boas aventuras, acontece de tudo.

Bem sei que a minha qualidade como guia deixa muito a desejar, e, mais uma vez, ficou privado, mas, mesmo nesses momentos o grupo mostrou que mais que um caminho seguíamos numa aventura e nunca senti que ninguém desanimasse, mesmo quando o GPS teimava em mostrar um caminho que não existia. Tivemos direito a dois joelhos doídos e até um desmaio e algumas lágrimas e, no entanto, voltamos de coração cheio, contentes por termos estado lá.

Passamos em três cidades, Mirandela, Macedo de Cavaleiros e Bragança, mas também em aldeias como Salselas, Vales, Covelas ou Podence e também aquelas que ficaram desabitadas há muito tempo, como Banrezes. Comemos as alheiras, a posta, o rodeão, a bola de azeite, caldo verde e folar (o bolo de maçã, não sendo tradicional, também estava muito bom!). Visitamos lugares fantásticos, como a Foz do Sabor, o Santuário de Nossa Senhora de Ascensão, perto de Vila Flor, e o Santuário de Santo Ambrósio. Vimos e cheiramos as amendoeiras em flor, os castanheiros, as estevas, as oliveiras, os choupos. Vimos cegonhas, ovelhas e muito mais e até S. Pedro esteve do nosso lado e a chuva aguentou.

Fomos ver as tradições ancestrais de Carnaval. As moças foram chocalhadas pelos caretos de Podence e o Carlos comprou um belo casaco com as suas cores.

Por lá, descobrimos que, embora todos viessem da zona de Lisboa, nem todos eram de lá. Entre nós havia outros transmontanos e beirões que nunca deixarão de o ser. E bebemos os licores que o Paulo nos trouxe e os bolos que nos trouxeram das terras de Miranda. Juntaram-se a nós a Luísa e os familiares para caminhar connosco, porque um grupo Moove é sempre um grupo aberto onde cabe sempre mais alguém para caminhar.

Foram três dias fantásticos que vão ficar na minha memória, mas foram sobretudo pessoas que foram amigas companheiras que visivelmente gostaram de se conhecer e viver uma aventura juntas.

Obrigado por tudo, pelas milhares de fotos, mas sobretudo por se terem cruzado comigo, um dia, em Trás-os-Montes. Agradeço a todos os que já conhecia e espero que reencontrar mais vezes todos os outros em Trás-os-Montes ou em qualquer outro lugar, a comer uma boa dourada ou choco frito ou, ainda melhor, um prato de casulas com botelo!

Foto: Paulo

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