Duas ou três…

Digam o que disserem, estou convencido de que só amamos duas ou três pessoas na vida. A vida é curta demais para pensarmos em amar mais que isso.

Muitos amam apenas uma, outros nenhuma. Os que dizem amar, ou ter amado, mais de três ou quatro, não sabem ainda o que é o amor. Talvez um dia tenham a sorte de encontrar alguém que os faça descobrir que é a primeira que realmente amaram e talvez seja também a última.

Não se ama uma mulher por ano, nem por década. Podemos dormir com várias, num ano,  ou numa década, apaixonar-nos mais que uma vez, mas não amar!

O amor é precedido pela paixão e  a paixão desgasta-nos. Se aguentarmos meses de paixão talvez possamos descobrir, no fim, o que é o amor. Não amamos ninguém que não conhecemos e conhecer uma pessoa demora anos, não meses. No fim de amar duas ou três pessoas estarás tão cansado que não te apetece amar mais ninguém. Podes sentir-te atraído, apaixonar-te até, talvez, mas já sabes que amar é mais que isso.

Ontem vi Julieta de Almodóvar.  Julieta amou o pai da sua filha, por quem se apaixonou numa viagem de comboio. Não o amou nessa noite, na carruagem daquele comboio, nesse dia apenas fizeram amor. Amou-o depois, porque não se ama ninguém num comboio, numa noite, por muito longa que seja a viajem.

 

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