Sobre tecnologias…

É comum ouvir criticas às tecnologias digitais, sobretudo às redes sociais. A maior crítica é a de que nos isolam, nos tornam menos comunicativos. É frequente ver cartoons onde os jovens olham para telemóveis dando enfase ao isolamento que, supostamente, o uso das tecnologias digitais promovem.

Na minha opinião as tecnologias simplesmente aumentam o nosso poder de fazer coisas. Estas, em particular, aumentam o nosso poder de comunicar e de aceder à informação. Não substituem uma conversa olhos nos olhos, nem nos impedem de beber uns copos com os amigos, antes pelo contrário, até podem ajudar a arranjar amigos com quem beber um copo!

Um carro, uma moto, uma bicicleta são tecnologias que nos permitem ir de um lugar ao outro muito mais depressa que caminhando. No entanto, a experiência de caminhar é totalmente diferente daquela que obtemos quando vamos de carro, de moto ou mesmo de bicicleta. Somos nós que decidimos quando vamos de carro, de moto, de bicicleta ou a pé! Alguns levam o carro para ir comprar o jornal a poucos metros de distância, mas outros usam os carros para chegar  aos locais onde começam caminhadas de horas que não fariam se não chegassem lá… de carro.

Há dois anos fui caminhar com os meus filhos para os Pirineus. Foram 3 dias a caminhar que só foram possíveis graças ao carro com que percorremos os 1100 km que nos separavam do lugar onde quisemos andar…

As redes sociais permitem-nos  comunicar mais, não menos. Permitem-nos saber mais, não menos! Está na nossa mão utilizá-las para ir mais longe, para ter conversas interessantes com gente interessante com quem nunca conversaríamos se não fossem estas redes.

Claro que há problemas associados, como os há associados a todas as tecnologias, mas está na nossa mão evitá-los e sobretudo ajudar os jovens a tirar todo o poder das tecnologias e das redes sociais evitando os riscos, como o do isolamento, a elas associados!

Para os que falam de isolamento dos jovens, que só olham para ecrãs, gostava de lhes contar a história de um puto que há 40 anos vivia numa serra e olhava sempre para a mesma paisagem que, embora muito bonita, era sempre a mesma!